segunda-feira, março 19, 2012

NÃO SOU ESPECIALISTA

Soube pela imprensa que estará a decorrer em Bruxelas uma conferência para jornalistas (facto curioso), no âmbito do Ano Europeu do envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações, onde alguns especialistas internacionais estão a sublinhar a ideia de que promover o envelhecimento activo não implica impedir o acesso dos mais jovens ao mercado de trabalho.

Acredito que aqueles especialistas sejam uns ases na matéria, e que tenham feito grandes estudos lá por outras bandas, mas estou convicto que relativamente a Portugal estão mesmo muito enganados.

Não sei se será por existir muito trabalho pouco qualificado, ou por existirem salários muito baixos, a verdade é que a maioria dos portugueses quando atinge os 65 anos está desejosa de se reformar. Como se sabe o trabalho menos qualificado é mais desgastante a nível físico e os salários baixos são desmotivantes.

Há sempre algumas profissões menos desgastantes a nível físico e mesmo mental, normalmente mais bem remuneradas, em que o desejo de reforma é muito mais baixo, embora mesmo nestes casos a diminuição da carga horária seja recomendável.

Existe ainda outro factor que não pode ser deixado de lado, que é a necessidade que muitos já sentem de continuar a trabalhar mais uns anos para terem uma reforma um pouco melhor.

Os jovens, esses não conseguem muitas vezes emprego por falta de experiência e por falta de preparação para ofícios especializados que não requerem licenciaturas mas sim uma aprendizagem prática. Os licenciados e com outras habilitações superiores têm um mercado de trabalho cada vez mais exíguo, restando-lhes a ida para o estrangeiro onde os mercados os podem absorver.

A realidade dos países mais desenvolvidos e em crescimento é bem diversa da nossa, e isso os especialistas ignoram completamente.

CARTOON

FOTOGRAFIA
Sintra IV by Palaciano

2 comentários:

Anónimo disse...

A prova de que estão enganados é que o desemprego não pára de aumentar, especialmente o desemprego jovem.
Bjos da Sílvia

Anónimo disse...

Na realidade trabalhamos mais anos do que a maioria dos europeus, e até mais tarde do que muitos. Vejam bem as camionetas de reformados estrangeiros que param perto dos Jerónimos e depois digam-me se não tenho razão.
Lol

AnarKa